Na
década de 1780, uma erupção vulcânica na Islândia foi responsável por matar
milhares de habitantes da ilha. O desastre soltou ainda toneladas de dióxido de
enxofre para o céu.
Segundo um estudo da Universidade de Leeds, no Reino Unido,
uma erupção hoje faria com que o vento soprasse gases tóxicos para o sudoeste, matando
milhares de pessoas na Europa. Como vivemos um mundo globalizado, a atividade
econômica ao redor do continente – como a produção e importação de comida –
poderia também despencar.
Para
avaliar como uma erupção afetaria a Europa densamente povoada de hoje, os
pesquisadores inseriram alguns números em uma simulação de computador. Eles
usaram modelos de tempo para estimar até onde as emissões de dióxido de enxofre
iriam chegar, em uma erupção com duração de oito meses, começando em junho.
Foi estimado ainda o possível aumento de concentração de partículas menores que 2,5 micrômetros no ar – aerossóis deste tamanho são os que mais facilmente invadem o pulmão humano e causam doenças cardiopulmonares. Depois, os cientistas usaram dados médicos modernos para fazer uma estimativa de quantas pessoas iriam morrer por conta desses aerossóis.
Nos primeiros três meses após a erupção hipotética, a concentração média de aerossóis aumentaria em 120%, segundo o estudo. As partículas mais perigosas seriam encontradas em maior quantidade nas áreas mais próximas ao desastre, como a própria Islândia e o noroeste da Europa. Mas a concentração de aerossol no sul do continente também cresceria cerca de 60%.
Um ano depois, a poluição do ar vindo da Islândia para a Europa causaria enormes quantidades de doenças cardíacas e pulmonares e poderia matar cerca de 142 mil pessoas. Pelo menos quatro erupções do tamanho do caso Laki já ocorreram nos últimos 1.150 anos. Por isso, os novos números são motivos de preocupação, afirmam os pesquisadores.
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